Campo Grande, MS
sexta-feira, 19 de abril, 2024

O modelo de produção sustentável do agronegócio brasileiro é uma das ações propostas e defendidas pelo governo federal e pelo Consórcio Brasil Verde, do grupo de Governadores pelo Clima – do qual Mato Grosso do Sul faz parte – para contribuir no processo de redução das emissões de carbono, metano e outros gases de efeito estufa. Essa foi a tônica das apresentações na segunda-feira (8) no Pavilhão Brasil, em Glasgow, na Escócia, onde está sendo realizada a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26).

“O Brasil trouxe a Glasgow uma proposta muito forte e consistente com relação ao agronegócio, mostrando que temos condições e propostas para reduzir emissões de metano e outros gases de feito estufa. Os ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores e nós, do governo de Mato Grosso do Sul, defendemos a lógica de que a agricultura brasileira é diferente da agricultura mundial. Um dos exemplos é a agricultura de baixo carbono, conhecido como ABC+ e Integração Lavoura Pecuária Floresta, o ILPF, extremamente difundidos e aplicados em nosso Estado”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), que representa o Estado na COP26.

Na COP26, o secretário Jaime Verruck reuniu-se com o CEO da Suzano, Walter Schalka e Luis Bueno, diretor de relações institucionais. Na pauta, a expansão do setor celulose e potencial de absorção de carbono pelas florestas plantadas.

Sustentabilidade no agronegócio é política pública em MS desde 2016

De acordo com o titular da Semagro, o Plano Estadual MS Carbono Neutro, já apresentado no evento, “faz o ordenamento de diversas ações e programas já implantados pelo Governo do Estado. Em 2016, anunciamos a proposta de tornar Mato Grosso do Sul um Estado Carbono Neutro, adotando esse “lema” como uma estratégia de desenvolvimento e política pública. A partir de então, as práticas sustentáveis passaram a ser condicionantes em todos os programas públicos de fomento às atividades econômicas”.

Uma das primeiras ações já em curso envolve a produção pecuária (bovina, suína e aves), que é um dos pilares da economia de Mato Grosso do Sul e a principal atividade geradora de emissões gases de efeito estufa no Estado. O Governo de Mato Grosso do Sul aprimorou a concessão de incentivos fiscais ao setor, condicionando à adoção de modelos produtivos com menor impacto de carbono. Além dos ganhos ambientais, houve uma melhoria na produtividade. Alguns dos exemplos são os programas Precoce MS e o Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal.

No âmbito do financiamento, nos últimos cinco anos, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), destinou US$ 65 milhões de uma linha de crédito chamada FCO Verde, especificamente para a implantação de projetos de agricultura de baixo carbono e de sistemas de ILPF – Integração Lavoura Pecuária Floresta.

O ILPF é uma tecnologia de produção agrícola inovadora, que protege o solo, mananciais hídricos, captura o carbono gerado pela atividade pecuária e que hoje tem como um dos principais produtos, a Carne Carbono Neutro. Em Mato Grosso do Sul, cerca de 2,5 milhões de hectares de áreas em propriedades rurais utilizam o ILPF, a maior área no Brasil.

Por fim, cerca de 1 milhão de hectares de pastagens degradadas já foram convertidos em áreas agrícolas produtivas, dando solução a um passivo ambiental e econômico. O programa PROSOLO, promove a recuperação de áreas degradadas e a preservação do solo e da água, que além de reter carbono, promove melhoria na fertilidade e na produtividade.