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quinta-feira, 28 de março, 2024

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Parceria entre Estado e OSC promove alta gestão de pessoas por meio de trainees

Atento às transformações na área administrativa, o governo de Mato Grosso do Sul adotou uma nova maneira de compor quadros dentro da gestão pública. Em parceria com o programa de trainees da Vetor – organização da sociedade civil (OSC) suprapartidária e sem fins lucrativos – o Estado recruta profissionais recém-formados para assumir projetos e auxiliar na solução de desafios em projetos estruturantes.

“O trainee oxigena o trabalho porque é um profissional altamente capacitado, que acabou de sair da Universidade e passou por uma rigorosa seleção e treinamento antes de chegar até aqui”, conta Thaner Castro Nogueira, Superintendente de Gestão Estratégica, órgão ligado a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica (Segov).

O nome trainne, de origem inglesa, é usado no Brasil para designar o estagiário de alta performance e conhecimento. Ao mesmo tempo, é uma porta de entrada no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, pelos universitários e recém-formados. Estes novos profissionais têm a oportunidade de aprender e se desenvolver ao lado de gestores e lideranças com longa experiência no mercado.

Implantado em 2016 em Mato Grosso do Sul, o modelo específico para o setor público é baseado nas melhores práticas de gestão de pessoas em governo ao redor do mundo, e adotado na maioria dos estados brasileiros. Por aqui já passaram cerca de 22 profissionais vindos de vários cantos do País. A contratação se dá por meio de bolsas da Fundect (Fundação para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia) e todo o processo é acompanhado pela PGE (Procuradoria Geral do Estado). O contrato é de um ano, podendo ser renovado por mais um ano. Nogueira diz que o programa atrai os recém-formados porque a prática ajuda e aperfeiçoa o aprendizado. “Aqui ele aprende a ter um olhar político que faz com que os projetos saiam do papel e gerem benefício à população”, explica.

E para o governo, qual o maior benefício do trainee? A alta qualidade técnica e entrega de resultados – ao final do programa o trainee entrega um relatório do seu projeto, o equivalente ao TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), argumenta o Superintendente, acrescentado que a interatividade e a troca de experiências entre eles e os servidores de carreira também são ganhos importantes no processo. Por este motivo, a Vetor faz questão de formar uma rede de profissionais engajada e diversa, que potencializará o impacto do setor público que, segundo a OSC, vai provocar mudanças positivas e em escala em todo o País. Não por acaso, o slogan da instituição é: “Seja a diferença que você quer ver no governo”.

Caso de sucesso

A motivação de quem optar pelo treinamento de trainee é trabalhar com o impacto social, destaca Nogueira. Atualmente oito profissionais estão atuando na administração estadual atuando das seguintes áreas: no Núcleo de Inteligência de Políticas Públicas, e outros acompanham as Fundações de Cultura e do Esporte, Seinfra, e outras atuam diretamente na Controladoria, na Fundect e na Secretaria de Educação. A experiência é tão positiva que na primeira vez que o Estado implementa a participação pública na elaboração do PPA (Plano Plurianual) Participativo, um ex-trainne foi escolhido para liderar o processo que vai passar por cinco regiões do Estado.

O mineiro Arthur Rimoldi, 27 anos, chegou ao Governo como trainee, recém-formado em Gestão Pública pela UFMG. A experiência deu tão certo que, hoje, um ano e meio depois, ele foi contratado para coordenar o NIPP – Núcleo de Inteligência de Políticas Públicas – e está liderando com sua equipe a participação do PPA – Plano Plurianual. Sua função é organizar reuniões no interior e na Capital, com participantes do poder público e representantes de instituições para colher e organizar as informações para serem usadas na elaboração do PPA. O Plano Plurianual é um planejamento de orçamento feito a cada quatro anos e elaborado no primeiro ano de governo e passa a valer no ano seguinte. Como o mandato do governador é de quatro anos, o PPA garante que os compromissos sejam cumpridos pelo seu sucessor.