Campo Grande, MS
sexta-feira, 3 de maio, 2024

A Tascon Engenharia Ltda vai executar a reforma do Teatro Octávio Guizzo, um dos mais tradicionais espaços públicos de cultura, que há pelo menos 15 anos não recebe espetáculos. A empresa venceu a concorrência pública ao oferecer um desconto de 11,75 % sobre o orçamento de referência reduzindo o custo da obra para R$ 936.041,56. Nesta terça-feira (29) o Diário Oficial do Município trouxe a homologação da licitação assinada pela prefeita de Campo Grande Adriane Lopes.

A revitalização prevê a troca de poltronas, forro,  ampliação do palco, rampa de acesso e adaptação dos banheiros para acessibilidade, instalação de ar condicionado, além de resgatar o mezanino, que voltará a ser um espaço das artes plásticas, fotografia e lançamentos literários.

O Teatro Octávio Guizzo, anfiteatro anexo ao Paço Municipal, tem capacidade para 250 espectadores. Foi inaugurado há mais de 40 anos.

O projeto do prédio da Prefeitura Municipal, incluindo o do Teatro do Paço, foi feito pelo arquiteto Círiaco Maymone, o mesmo projetista do Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão. Construído na administração de Antônio Mendes Canale foi entregue na gestão de Marcelo Miranda. O teatro recebeu a sua denominação em 1989 com a morte do José Octávio Guizzo, músico, radialista, advogado e ativista cultural.

Segundo Max Freitas, secretário municipal de Cultura Turismo, a revitalização do Teatro do Paço é uma grande vitória para a classe artística.

Roberto Figueiredo, diretor do grupo teatral da Universidade Católica Dom Bosco, lembra a estréia do grupo Senta que o Leão é Manso, em 1983. “Apresentamos nossa primeira peça lá, com alunos da Escola Bernardo Franco Baís e Colégio Dom Bosco, onde eu era professor na época. Isso há 39 anos. “Era aconchegante e com boa acústica para a plateia, que além das apresentações teatrais, com os Festivais Estaduais de Teatro, também podiam conferir pequenos shows”, relembra.

Figueiredo, que também é Coordenador do setor de cultura da UCDB, acredita que o espaço vai garantir acesso cultural à população. “A abertura do teatro é nosso sonho. Um espaço para que possamos apresentar as nossas produções. Hoje não temos muitos espaços públicos estruturados e esperamos que volte a acolher as plateias, porque o momento mais importante é abrir a cortina, essa é a arte”, finaliza Roberto.

O teatro já passou por duas reformas, a primeira em 1989, e depois em 1992 também recebeu apresentações nacionais como a peça Meu Tio Iauaretê, com o ator Caca Carvalho.

Franciella Cavalheri, integrante do Conectivo Corpomancia, avalia a importância cultural e histórica do teatro. “A reforma do espaço vem em um bom momento. A retomada dele é uma conquista para a cidade, sem contar que é um patrimônio de Campo Grande e tem a importância de resgatar a história também”.

A coordenadora do Fórum Municipal da Cultura, Romilda Pizani, acredita que a reforma do teatro do Paço abre espaço para a cidade voltar a ter uma estrutura onde a população terá oportunidade de assistir espetáculos gratuitos custeados com recursos públicos de fomento .