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sexta-feira, 29 de março, 2024

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PREFEITURA REÚNE ESPECIALISTAS PARA DEBATER A INTERSETORIALIDADE DE SERVIÇOS E INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA

Na busca de promover uma reflexão sobre a violência contra a mulher, em todos os seus aspectos, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Políticas para a Mulher, abriu nesta segunda-feira (12) o Seminário 4 Anos de Intersetorialidade de Serviços e Integralidade no Atendimento, que acontece até amanhã, no auditório da Casa da Mulher Brasileira. O evento faz parte da programação alusiva ao aniversário de 120 anos de Campo Grande.

A abertura do evento, que visa contribuir para que a Casa da Mulher Brasileira, a primeira no país, se consolide cada vez mais pela excelência do serviço, oferecendo atendimento qualificado e humanizado às mulheres vítimas de violência, contou com a presença do prefeito Marquinhos Trad e da titular da Semu Carla Stephanini.

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Ao dar as boas vindas aos participantes do seminário, o prefeito falou da satisfação de Campo Grande sediar o evento. “Estou feliz que esse evento aconteça em nossa capital, reunindo instituições que integram toda a rede de proteção para debater esse tema tão delicado. É tudo muito gratificante e esse trabalho sério e comprometido realizado aqui dentro da Casa da Mulher tem feito com que muitas pessoas voltassem a acreditar que elas têm proteção quando aqui entram”.

Os números da violência registrados no Mapa da Violência/2015 apontam uma taxa de homicídios de mulheres no Estado de Mato Grosso do Sul, em 2013, de 5,9, o que colocou o Estado na 9ª posição do ranking nacional.

Campo Grande acumulou uma taxa de 5,0 no ano de 2013 → foram 21 homicídios de mulheres, o que dá uma média aproximada de quase dois homicídios/mês.

Carla Stephanini ressalta que o seminário visa mostrar o protagonismo de Campo Grande que tem mostrado que efetivamente é possível integrar serviços e atender as mulheres na sua integralidade.

“Cada tema abordado durante o seminário será tratado numa perspectiva acadêmica,de mulheres que têm se dedicado num esforço acadêmico para entendermos o fenômeno da violência e de que forma ela começa. Os números do mapa da violência são de domínio público, mas aqui em Campo Grande, esses índices representam a realidade de uma rede instituída pela atual gestão municipal por meio de um Decreto em 2017, e que faz com que as mulheres vítimas de violência e a sociedade que apóia as mulheres a denunciarem confiem nos serviços da Rede Municipal de Enfrentamento da Violência contra a Mulher porque sabem que ela funciona”, justifica a subsecretária.

A vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Iacita Terezinha Rodrigues de Azamor Pionti, falou da importância do apoio da prefeitura, no sentido de promover as políticas públicas em defesa dos direitos das mulheres.

“Temos uma parceria muito boa com a prefeitura e sabemos que a gente só consegue que as coisas avancem quando temos políticas públicas fortes e efetivas, como acontece aqui em Campo Grande. Sabemos que ainda temos muito que avançar na luta por esses direitos, porém, eu sempre digo que a Casa da Mulher de Campo Grande é um oásis, pois a mulher vítima de violência sabe que ao procurar a unidade ela terá o acolhimento necessário e, nós campo-grandenses temos o privilégio de termos a melhor Casa da Mulher do Brasil, que está 24 horas à disposição da sociedade que já entendeu que pode contar com todo esse aparato”, disse Iacita.

Os temas abordados durante os dois dias do seminário são: “Feminismos, Mecanismos Legais e Políticas Públicas de Combate à Violência contra a Mulher”, mediado pela doutora em Serviço Social e professora da PUC/RJ, Luciene Medeiros; “Direitos Reprodutivos e Violência contra as Mulheres”, com a doutora em Ciências Criminais da PUC/RS, Carmem Campos; “Diversidade Interseccional de Gênero”, co a vice-coordenadora do Observatório de Violência contra a Mulher da UFMS, Jacy Curado.

E, “Violência de Gênero e Povos Indígenas”, mediado pela Mestre em Antropologia pela UFGD, Priscila Aznzoetagui; “Violência Doméstica, Misoginia e Racismo: Qual o Papel da Rede no Enfrentamento?”, com a jornalista pela UERJ, Luciana Gomes de Araújo; “A Violência de Gênero na Pauta da Imprensa”, com a Mestra em Ciências da Comunicação Jacira Vieira Melo.

Também será abordado o tema “Mulheres no Mundo do Trabalho – Desafios e Perspectivas”, mediado pela Dra pela UNB, Kelly Tatiane Martins; “Gênero, Feminicídio e Maria da Penha”, com a promotora de Justiça do MPMS, Ana Lara Camargo de Castro e, por fim, “Gênero e Educação: a Escola como Lugar de Construção da Equidade”, com a antropóloga Dra Cláudia Regina Ribeiro.

A abertura do seminário contou com a presença de representantes da OAB, Polícia Civil, Deam, Polícia Militar, CGM, Subsecretaria Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres e Associação de Mulheres com Deficiência do MS.